10 de março de 2008

Confraria do 13

Terraço, cobertura de um apartamento lindo com a visão de toda cidade, sol e vento, debaixo de guarda-sol branco. No entanto, só víamos umas às outras: mais loura, mais castanha, mais morena. E de fato, tempo e espaço tornam-se insignificantes: parece estamos naquela salinha apertada entre caixas de papelão e cases de viagem, dividindo sucos e reflexões em fumaças brancas de cigarro. Pinta, Analisa, Escreve. Formamos assim uma confraria de bases intimistas. Esta tem florzinhas de menina, tem noiva e tem amor. Traduz-se nas texturas que a Eliza apresenta, coloridas como a nossa vida. É linda e alentadora, mas nunca é superficial, porque Ilana aprofunda todas as questões aparentes. Morena é um anexo flutuante, porque sempre esteve aos nossos pés, rabiscando um desenho enquanto debatemos animadas questões subjetivas de primeira ordem. Brota a nossa história nos livros ilustrados, nos planos de formação, na organização de eventos de troca e intercâmbio. Foi um longo ano aquele, difícil, cheio de viagens e saudades, dores e alegrias como são os anos. Mas aquele montou este, e: “Ainda bem que a gente se tem”. Dissemos muitas vezes esta frase poderosa, que ecoa e se repete infinitamente.

7 de março de 2008


Na agitação e pressa do centro da nossa megalópole, recusa em ignorar pequeninos seres, partes constitutivas da cidade. Está lá, sendo admirada já por 24 horas e muita gente, linda, amarela.

4 de março de 2008


eva anais frida cassandra penélope anaide ariadne helena morena

Primeira noite de febre

Segunda noite de febre antes da terceira e da quarta

Gosto de pensar na elaboração deste trabalho como a construção paciente de um bordado, principalmente quando vejo como trabalham as minhas colegas bordadeiras. Assim a elaboração deste texto: uma costura. Bordado que nunca termina.