30 de outubro de 2008


O professor escreveu: "agradeço o privilégio de 'des-orientar' uma linda princesa coreana com alma gitana, brincante de boi, soror de alma..."; sem saber que enquanto nos des-orienta, des-orientamos outros também e assim indefinidamente, como um dominó cujas peças caem devagar e recursivamente: para sempre des-educadores des-orientados.
Sem dúvida há um movimento. Primeiro intenso, quase impossível de se viver neste mundo. Nada mais importa, tem-se energia apenas para as questões da tese, que são muitas. Tudo o mais passa a largo, distante como se não fosse deste mundo. A filha, os amigos, até o trabalho. É o cúmulo da produção acumulada. Noites e noites exangues, como nas festas no meio do povo, que amo. Mas agora, me debruço sobre a tela, sobre as imagens, em um sentido imaginal e de sonho: em tudo estou, mas não estou. Mas sinto-me igualmente revitalizada. Porque por mais que não tenha vivido literalmente, tenho vivido imageticamente e poeticamente.