28 de agosto de 2008

Querida Mamita
Eu sua querida filha e meus bichinhos de estimação Monica e Catu gostariamos de agradeser pelo acolhimento e o carinho de uma verdadeira mãe. E entroca disso a Monica ron-rona, a Catu abana o rabo e finaumente eu te encho de beijos e abrassos. Então querida Mita vamos ser gratas por toda a nossa vida. Você é a maravilhosa superior a todas as maes do mundo você não acha? De Morena hhhisc Catu uf uf uf e Monica hhisci para Soraia.

21 de agosto de 2008

Pedro Pedroca






Oi Pedroca, tudo bem? Coloquei estas fotos aqui nesta pagina para que todos os meus amigos vejam como você é lindo de verdade, para que conheçam o meu afilhado querido do meu coração e para que saibam que a dindinha tem uma amor tão, tão grande que faz ela ficar assim com saudades, olhando foto, suspirando e jogando beijo no ar.

Joguei um beijo assim para cima e fiquei esperando passar um ventinho aqui na minha janela em São Paulo que vá viajando levando o beijinho para sua janela aí em Fortaleza.

Joguei ele de manhã e acho que ele só chega de noite, perto da hora de você ir dormir. É bom, porque a hora de dormir é uma hora boa para ganhar beijo e ficar sonhando e lembrando que lá longe tem uma dindinha que te ama muito e te acha um menino muito especial e lindo de morrer.

Viva Ela


Soraia cordata e conciliatória, uma chatice. O mundo pode estar caindo, mas está tudo bem, engata em uma primeira e vai – a vida parece um baile de tapa buracos, uma dança entre a escola, o trabalho, o supermercado, a casa dos amigos, a locadora, as reuniões, a família e os eventos todos, essa ginástica sem fim, redonda e circular, meio na ponta do pé para dar conta de tudo, sem reclamar nunca, sorrindo. “Um saco”, diria uma amiga.

Mas uma vez por mês acontece o inesperado: nada está de fato muito bom, e o olhar sofre uma mudança essencial. Ele e como incidimos sobre as coisas do mundo ao redor. É onde o inesperado opera transformações, de fato, substanciais. Não contente com o caminho da escola da minha filha, agendo reunião com a Coordenadora Pedagógica. E já que estou questionando os valores institucionais da mesma, a reunião se estende à diretora também. Ainda não satisfeita, vou visitar e revisitar outros espaços, com olhar crítico, pensando que é hora para uma boa mudança na vida da criança. É quando tudo o que estava razoável me incomoda, então, reunião coletiva com os professores, para mudar os rumos da formação. Outra com a equipe de analistas, para melhorar o olhar sobre a pesquisa. Na reunião com os patrocinadores, vamos pressionar um pouco mais, neste sentido Robin Woodiano de tirar dos ricos para beneficiar os pobres. Pau na mesa - com elegância, claro. E no encontro com jornalistas, nada de ser boazinha, vamos lá, mostrar que a diminuição das desigualdades do mundo é de responsabilidade deles também. É nesta época do mês – a única onde não sou uma pata boazinha – que envio denúncias novas ao ministério público, e vou saber o que é das antigas. Fico P da vida com a Folha de São Paulo e escrevo para o Ombudsman. Choro lendo os direitos universais das crianças. Mando e-mail para o pai da minha filha dizendo que ele tem que ser mais presente na vida dela, oras bolas.

Sentada em casa na frente do computador, tamborilando os dedos, apago 34 parágrafos da tese e refaço os rumos da pesquisa, aquela parte que estava morna. No fundo, são nestas épocas que resolvo em um rompante por fim, mudar mesmo de trabalho, mandar aqueles “idiotas” que só pensam em voto às favas, e mais uns tantos que só querem mesmo saber de mkt e dinheiro. É quando enterro o passado bem enterrado, com areia fofa e perfumada. Me livro dos relacionamentos obsoletos e corro para o colo dos antigos. E nada melhor do que pendurar no telefone com uma velha amiga do peito de sempre, para análises conjuntas dos caminhos desta vida, com um bom chocolate no colo.

Nesta época do ano parem tudo que eu quero descer, refazer, repensar. Atraso os horários do mundo para sentar com minha filha na padaria, um café da manhã de melhores amigas, afinal, se ela está precisando de ajuda, estou aqui no mundo para isso mesmo: ser mãe. Também mudo todos os CDs do carro, e vou para o trabalho ouvindo um rock das antigas, pensando que no fundo, no fundo, a vida seria muito, muito chata se, mensalmente, não houvesse uma fase destas assim, de virar o mundo. Penso em fazer uma camiseta bem linda, decote V, para andar bem orgulhosa por aí, com os dizeres estampados: “EU AMO A MINHA TPM”.

15 de agosto de 2008